A leitura tem o poder de transformar. Abre portas, estimula a criatividade, amplia a visão de mundo. Mas você já parou para pensar como nós, brasileiros, nos relacionamos com os livros em comparação com outros países? O que lemos — ou deixamos de ler — diz muito sobre quem somos como sociedade.E esse é um retrato que vale a pena observar mais de perto.
A arte de ler
IMAGEM GERADA POR IA “usando FLUX PRO, sob a direção de J.B Wolf, Criada em 26/03/2025″
O Brasil e seus desafios com a leitura
Por aqui, ainda estamos engatinhando. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2019), apenas metade da população é considerada leitora — ou seja, leu pelo menos um livro nos últimos três meses.A média? Cerca de 5 livros por ano, sendo que pouco mais de 2 são lidos do início ao fim.
Os motivos? Falta de tempo, desinteresse e, muitas vezes, uma infância sem o hábito de leitura. Em um país onde tantas famílias lutam por questões básicas, o livro ainda é visto, para muitos, como um luxo — e não como uma necessidade.
E nossos vizinhos?
Na América do Sul, o cenário varia. A Argentina,por exemplo,tem uma forte tradição literária. Lá, os leitores chegam a uma média de 5,4 livros por ano. No Chile, são 5,3 — ambos com números ligeiramente superiores aos nossos. O incentivo à leitura desde a infância faz a diferença,assim como o acesso mais estruturado à cultura.
“A leitura transforma. Enquanto brasileiros leem em média 5 livros por ano, países como Finlândia atingem 16. Investir em livros é investir em educação, cultura e no futuro de uma nação.”
O velho continente e seus livros
Quando olhamos para a Europa, o salto é visível. Leitura por lá é mais do que hábito — é cultura. Os franceses leem, em média, 8,4 livros por ano. Na Alemanha, esse número sobe para 9,6. E na Finlândia, um caso à parte: são 16 livros por ano por pessoa! Não é à toa que os países nórdicos estão entre os mais desenvolvidos do mundo. Educação e leitura caminham lado a lado.
E os Estados Unidos?
Os americanos também têm um bom histórico com os livros.Cerca de 72% dos adultos afirmam ter lido pelo menos um livro no último ano, e a média anual chega a 12 livros por pessoa. O que ajuda? O fácil acesso a bibliotecas,programas de incentivo e uma cultura forte de clubes de leitura.
Por que essas diferenças?
Tudo começa cedo. Nos países com altos índices de leitura, a infância é recheada de histórias, bibliotecas acessíveis e pais leitores. Além disso, fatores como escolaridade, renda, acesso a livros e o valor dado à cultura impactam diretamente esse cenário.
No Brasil, ainda há muito a ser feito. Mas há também muitos projetos incríveis, autores apaixonados e leitores que resistem. E isso dá esperança.
O que podemos aprender com tudo isso?
Comparar realidades não é sobre competição, mas sobre inspiração. Observar o que funciona em outros lugares pode ser o primeiro passo para criarmos políticas públicas mais eficientes, espaços de leitura mais acessíveis e uma cultura que valorize, de verdade, o livro.
Afinal, quanto mais gente lê, mais crítica, criativa e conectada com o mundo essa gente se torna.
Por J.B WOLF