A interseção da Arte e Tecnologia: experiências imersivas na era digital

Beth Baltar

COLUNISTA

Professora Titular do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba. Doutora em Letras pela Universidade Federal da Paraí- ba. Pós-Doutora em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo. Líder do Grupo de Pesquisa: Leitura, Organização, Representação,Produção e Uso da Informação. Membro efetivo da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, como pesquisadora da Liter- atura de Cordel.

@beth_baltar

 

“Quando a arte te abraça: A revolução das experiências imersivas”

IMAGEM GERADA POR IA “usando FLUX PRO, sob a direção de J.B Wolf, Criada em 01/04/2025″

 

Na contemporaneidade, com a evolução da tecnologia, as Artes possibilitam a transformação das formas de expressão e da interação humana. Desde os tempos mais remotos, o homem sempre demonstrou a necessidade de se expressar na arte, a exemplo das pinturas rupestres, da utilização do sangue animal e sementes para produzir tintas para suas pinturas. As tecnologias sempre fizeram parte da cultura humana, ao longo da sua história.

A arte e a tecnologia, na era moderna e com o avanço da inteligência artificial, têm promovido novas possibilidades criativas expandindo as fronteiras da expressão artística, numa possível interseção e consequentemente enriquecido o mundo das artes.

No campo artístico, a inteligência artificial permite uma convergência de ideias e criatividade humanas, desafiando e adaptando novas formas de criar e produzir arte, ampliando novos horizontes. Além disso, a sinergia entre homem, máquina e obras de arte gera expressões e experiências que ressignificam os limites de atuação de cada campo.

Os ambientes imersivos, aliados ou não às tecnologias interativas, a exemplo das “exposições imersivas”, uma vertente da arte digital contemporânea, vêm conquistando, cada vez mais, espaços e públicos reunidos a artistas numa intersecção entre arte, tecnologia e entretenimento. Artistas entendem cada vez mais de tecnologia e conjuntamente com profissionais de tecnologia criativos bebem nas fontes das artes para criarem seus produtos, trazendo ao público experiências sensoriais, luzes, sons, projeções de vídeos simultâneos e harmônicos, com o objetivo de envolver cada vez o visitante nestes espaços mais acessíveis e inclusivos de maneiras inovadoras e surpreendentes.

A tecnologia não democratizou, simplesmente, o acesso à criação artística, mas desafia a arte e pode levar os artistas a inovarem e públicos a apreciarem a beleza das criações tecnológicas a novos alcances criativos, conectados harmoniosamente na criação de obras artísticas que inspiram, provocam e encantam. É a revolução da arte digital!

 

A arte encontra a tecnologia: um novo jeito de sentir o mundo

Imagine entrar numa sala onde as paredes ganham vida, o chão responde aos seus passos e o som parece vir de dentro de você. Não se trata mais de apenas olhar para uma obra de arte — agora, você entra nela.

A fusão entre arte e tecnologia está transformando completamente a forma como criamos e vivenciamos o belo. É como se a imaginação humana tivesse, finalmente, encontrado ferramentas à altura para se expandir sem limites.

No centro dessa revolução estão as experiências imersivas. Projeções em 360o, realidade aumentada, sons que te cercam por todos os lados… Tudo isso te convida a deixar de ser espectador para virar parte da obra. Você não só observa: você sente, interage, cria junto.

E tem mais: a inteligência artificial virou parceira de muitos artistas. Com ela, surgem novas possibilidades — e também novos questionamentos. Quem assina uma obra feita a quatro mãos com uma máquina? O que ainda é “arte”? Essas perguntas nos tiram do automático e reacendem o debate sobre o que é, de fato, humano.

Outro ponto forte dessa transformação é a inclusão. Com tecnologia, mais pessoas podem acessar e viver a arte em profundidade, independentemente de suas limitações. A acessibilidade deixa de ser um extra e passa a ser parte essencial da experiência.

Estamos entrando numa nova era. Uma era em que a arte não se limita a quadros em paredes silenciosas, mas se espalha por espaços, telas e sentidos. Uma era onde criatividade e inovação andam de mãos dadas para nos lembrar que sentir — e se conectar — ainda é o que há de mais poderoso.

Por BETH BALTAR

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