Curiosidades – The Bard News https://thebardnews.com Jornal de Arte, Literatura e Cultura Sat, 10 May 2025 01:18:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://thebardnews.com/wp-content/uploads/2025/01/cropped-the-bard-000-3-32x32.png Curiosidades – The Bard News https://thebardnews.com 32 32 Heroínas Ocultas: As Mulheres que Moldaram a História https://thebardnews.com/heroinas-ocultas-as-mulheres-que-moldaram-a-historia/ https://thebardnews.com/heroinas-ocultas-as-mulheres-que-moldaram-a-historia/#respond Tue, 06 May 2025 01:41:25 +0000 https://thebardnews.com/?p=1857 Jeane Tertuliano COLUNISTA Professora, escritora e palestrante. Graduada em Letras, possui pós-graduações em Educação Especial e Inclusiva, além de Literatura

]]>

Jeane Tertuliano

COLUNISTA

Professora, escritora e palestrante. Graduada em Letras, possui pós-graduações em Educação Especial e Inclusiva, além de Literatura Africana, Indígena e Latina. Também é Terapeuta Comportamental e Psicanalista Clínica e Forense. Autista (com AH, TDAH e baixa visão)

@jeanetertuliano

 

A história, essa narrativa tantas vezes escrita por mãos masculinas, tenta nos convencer de que o progresso nasceu do esforço de alguns poucos nomes. Mas se lermos as entrelinhas, se ouvirmos os sussurros esquecidos nos livros empoeirados, veremos que foram mãos femininas que teceram os fios que sustentam a humanidade!

As mulheres sempre estiveram lá! Foram elas que desafiaram impérios, que revolucionaram a ciência, que pintaram o mundo com cores de ousadia. Hipátia brilhou na Alexandria antiga, decifrando os mistérios do cosmos antes que a intolerância a reduzisse ao silêncio. Ada Lovelace concebeu os primeiros passos da computação, séculos antes de reconhecermos seu gênio. Rosalind Franklin capturou a estrutura da vida em uma fotografia, enquanto outros homens levavam o crédito pelo DNA.

O apagamento histórico não foi seletivo apenas no gênero. Foi também racial! Quantas mulheres negras moldaram o mundo e foram empurradas para os porões da história? Harriet Tubman libertou centenas de escravizados, desafiando um sistema que a via apenas como propriedade. Sua coragem foi tão grande que até mesmo o governo dos Estados Unidos a temia! E o que dizer de Katherine Johnson, a matemática negra que traçou os cálculos que permitiram a chegada do homem à Lua, enquanto mal podia usar os mesmos banheiros que seus colegas brancos na NASA?

E se falamos de escrita, quantas vozes femininas tiveram suas palavras arrancadas das páginas da memória? Mary Shelley, que deu vida à literatura de ficção científica, teve que lutar para que seu Frankenstein fosse reconhecido como seu. Clarice Lispector esculpiu a alma humana em palavras, mas só foi plenamente valorizada após sua morte. E Carolina Maria de Jesus? Negra, pobre, favelada, transformou a dor em literatura, mostrando ao Brasil o abismo de desigualdade que muitos fingiam não ver!

IMAGEM GERADA POR IA “usando LEONARDO IA, sob a direção de J.B Wolf, Criada em 30/03/2025″

 

Quantas vezes a história tentou apagar suas pegadas, como se o mundo pudesse girar sem o pulso firme das mulheres? Quantas foram silenciadas, reduzidas a notas de rodapé, a sombras em biografias alheias? Marie Curie precisou ganhar dois prêmios Nobel para que ao menos um fosse lembrado! Bertha Lutz esteve na linha de frente da luta pelo voto feminino no Brasil, enquanto seu nome desaparecia dos livros didáticos!

O apagamento não é acidental. Não é distração. É um projeto sistemático que tenta empurrar as mulheres para os bastidores da história, enquanto os holofotes iluminam apenas os rostos que o patriarcado escolhe! A cada mulher esquecida, perdemos um exemplo, um espelho, uma faísca que poderia incendiar novas revoluções.

Hoje, quando olhamos para trás, não buscamos reconhecimento por vaidade, mas por justiça! Porque cada mulher que foi apagada leva consigo o brilho de muitas outras que poderiam ter sido inspiradas. A história nos deve nomes, nos deve memória, nos deve verdade!

Que fique bem claro: não pedimos permissão para existir nas páginas do futuro. Escrevemos nossa própria história. E desta vez, ninguém poderá apagá-la!

Por JEANE TERTULIANO

]]>
https://thebardnews.com/heroinas-ocultas-as-mulheres-que-moldaram-a-historia/feed/ 0
Cartas, Poções e Venenos https://thebardnews.com/cartas-pocoes-e-venenos/ https://thebardnews.com/cartas-pocoes-e-venenos/#respond Mon, 05 May 2025 23:41:28 +0000 https://thebardnews.com/?p=1845 A História Secreta das Mulheres na Corte Europeia IMAGEM GERADA POR IA “usando FLUX PRO, sob a direção de J.B

]]>
A História Secreta das Mulheres na Corte Europeia

IMAGEM GERADA POR IA “usando FLUX PRO, sob a direção de J.B Wolf, Criada em 19/03/2025″

Quando pensamos nas cortes europeias, logo imaginamos reis poderosos, batalhas por territórios e alianças políticas. Mas, por trás dos tronos, havia uma força silenciosa — e extremamente estratégica: as mulheres.

Embora muitas vezes relegadas ao segundo plano nos registros oficiais, elas estavam longe de serem meras coadjuvantes. Com inteligência, charme e, às vezes, métodos nada convencionais, essas mulheres influenciaram os rumos da história de maneira surpreendente.

Cartas secretas, poções misteriosas, venenos letais. Eram essas as armas de um jogo silencioso, mas altamente eficaz.

As cartas, por exemplo, eram mais do que simples mensagens. Em uma época sem telefone, e muito menos internet, escrever era uma arte — e uma ferramenta de poder. Através de palavras bem escolhidas, elas teciam redes de influência, negociavam alianças e tramavam conspirações que poderiam mudar o destino de um reino.

Muitas dessas cartas vinham recheadas de códigos e mensagens cifradas. A ideia? Que ninguém, além do destinatário, soubesse do que se tratava. Catarina de Médici dominava esse jogo como ninguém. Com sua habilidade de manipular os bastidores políticos da França, ela fez das palavras suas principais aliadas.

Mas nem só de papel e tinta vivia a influência feminina nas cortes.

Havia também o conhecimento ancestral — passado de mãe para filha — sobre ervas, raízes e infusões. Poções que podiam curar, seduzir ou incapacitar. Um saber poderoso, guardado a sete chaves, que dava a essas mulheres um tipo de controle invisível… e muito eficiente. E então, temos o elemento mais sombrio dessa história: o veneno.

Num ambiente onde traições e disputas de poder eram rotina, o veneno se destacava por sua discrição. Bastava uma dose na taça certa e pronto: um obstáculo político a menos.

Lucrécia Bórgia virou lenda nesse aspecto. Verdade ou exagero, o fato é que seu nome até hoje carrega a aura do mistério, da manipulação e do medo. Um reflexo da imagem que se fazia — e ainda se faz — do poder feminino: algo sutil, mas perigosamente eficaz.

Mesmo com todas as limitações impostas pela sociedade da época, as mulheres da corte souberam encontrar brechas. Atuaram como conselheiras, diplomatas informais, estrategistas. Por meio de casamentos bem calculados,alianças políticas e um jogo de cintura admirável, moldaram decisões, influenciaram reis e ajudaram a desenhar o mapa da Europa.

“As cartas, por exemplo, eram mais do que simples mensagens. Em uma época sem telefone, e muito menos internet, escrever era uma arte — e uma ferramenta de poder.”

Elizabeth I é um exemplo clássico. Usou sua posição com maestria para consolidar o poder da Inglaterra e ampliar sua influência. Uma mulher só, enfrentando um mundo de homens — e vencendo o jogo.

Além do poder político,muitas dessas mulheres também foram mecenas das artes e das ciências. Patrocinaram artistas, introduziram novas modas, lançaram tendências. Deixaram sua marca na cultura, na estética e no imaginário europeu.

Hoje, o legado delas ainda pulsa — nos livros de história, nas séries, nos filmes. São histórias de astúcia, coragem e resistência. De mulheres que, mesmo nas sombras, brilharam.

E nos lembram que, às vezes, o poder mais impactante é aquele que não se vê de imediato. Mas que transforma tudo por onde passa.

Muito além dos salões: poder nas sombras da corte

Por trás dos tronos e dos salões iluminados, mulheres discretas moviam as engrenagens do poder com inteligência, estratégia e ousadia. Na Europa das intrigas palacianas, elas dominavam a arte da escrita cifrada, usando cartas codifica- das para tramar alianças, proteger segredos e derrubar inimigos.

Muitas se dedicavam à alquimia, explorando os mistérios da transformação da matéria em busca de poder e conhecimento — um saber que antecipava a ciência moderna. Outras atuavam como conselheiras influentes, tecendo acordos políticos, manipulando decisões e garantindo a ascensão de suas famílias em meio a jogos de interesses e rivalidades.

Essas mulheres também conheciam o poder das ervas: preparavam remédios, sedativos e, em alguns casos, venenos sutis — armas silenciosas em tempos de traições constantes. Eram espiãs, patronas das artes, estudiosas e, muitas vezes, praticantes de rituais místicos que refletiam a fusão entre fé, superstição e sobrevivência.

Muito além do papel decorativo que a história oficial costuma lhes atribuir, essas figuras femininas moldaram culturas, influenciaram governos e deixaram marcas profundas nas decisões que definiram o destino de nações.

Foram estrategistas silenciosas — e poderosas — que escreveram, nos bastidores, capítulos fundamentais da história europeia.

Por THE BARD NEWS, REDAÇÃO

]]>
https://thebardnews.com/cartas-pocoes-e-venenos/feed/ 0
A Fusão do Lírico e do Trágico na Obra de Conceição Evaristo https://thebardnews.com/a-fusao-do-lirico-e-do-tragico-na-obra-de-conceicao-evaristo/ Sat, 01 Feb 2025 20:53:23 +0000 https://thebardnews.com/?p=68 Conceição Evaristo, escritora mineira de 77 anos, alcançou um marco significativo em 2024 ao se tornar a primeira mulher negra

]]>
Conceição Evaristo, escritora mineira de 77 anos, alcançou um marco significativo em 2024 ao se tornar a primeira mulher negra convidada para integrar a Academia Mineira de Letras. Sua trajetória literária, marcada por desafios e reconhecimento tardio, tem sido objeto de crescente interesse e celebração.

Uma Jornada Literária Singular

Nascida em uma favela de Belo Horizonte, filha de empregada doméstica, Evaristo enfrentou obstáculos consideráveis no meio literário. Sua ascensão como escritora respeitada foi lenta, refletindo as barreiras enfrentadas por autores negros e periféricos no mercado editorial brasileiro.

Inovação Literária e Realismo “Evarístico”

Um estudo pioneiro conduzido por Wagner Santos Araújo na Unesp de Araraquara destaca a abordagem única de Evaristo à escrita realista. O pesquisador cunhou o termo “realismo evarístico” para descrever sua fusão de memória, crítica social, poesia e “escrevivência” – um conceito criado pela própria autora para narrar histórias autobiográficas e coletivas marcadas por racismo e exclusão.

Características Distintivas

Simbolismo e Metáfora: Evaristo transcende a mera descrição da realidade, incorporando elementos simbólicos e metafóricos que conectam experiências individuais a perspectivas coletivas.

Contraste entre o Lírico e o Trágico: Sua escrita frequentemente justapõe momentos de beleza e crueldade, esperança e desencanto.

Oralidade Autêntica: A autora incorpora expressões populares e cadências da fala cotidiana, dando voz autêntica às comunidades periféricas.

Memória como Matéria-Prima: Evaristo utiliza a memória para estender o passado ao presente, criando uma narrativa que desafia estereótipos e promove reflexão crítica.

Além da Militância

Embora aborde temas de militância negra, a obra de Evaristo não se limita a isso. Seu trabalho com a linguagem e a construção narrativa são destacados como elementos centrais de seu apelo literário.

Formação Acadêmica e Criação Literária

Como doutora em Literatura Comparada, Evaristo combina sua formação teórica com seu trabalho criativo, resultando em uma escrita que é ao mesmo tempo profunda e acessível, evitando o academicismo excessivo.

Impacto e Reconhecimento

O crescente reconhecimento da obra de Evaristo é visto como uma celebração de um processo coletivo de pertencimento, representando vozes e experiências há muito marginalizadas na literatura brasileira.

Esta análise revela Conceição Evaristo como uma autora que transcende categorias simples, criando uma literatura que é simultaneamente política, poética e profundamente humana.

]]>